2009, meu segundo Portugal. Visita de parente, de ir fundo, de contar as pedras das calçadas, os detalhes, de amar simplesmente as pessoas, os gostos, os cheiros, aquilo que se quer lembrar... e guardar no coração.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Gente, espelho da vida, doce mistério!...
Tenho falado aqui dos meus personagens, mas acho que o título que escolhi hoje - que só poderia mesmo ter saído da cabeça de alguém brilhante como o Caetano Veloso - tem muito mais a ver com as grandes figuras que encontrei por Portugal.
O primeiro solo humano que pisei em terras lusas foi o povoado pelos amigos da Vera. E logo senti firmeza, como se diz aqui no Brasil. Já falei de alguns, mas o meu coração não me deixa esquecer de ninguém. O que cada um me trouxe não tem preço, e é único em si. Foram muitas noites a rir, a brincar, a festejar a vida numa confraria aberta (talvez eu tivesse, sem saber, alguma senha especial) e carinhosa, muito carinhosa o tempo inteiro.
Da esquerda para a direita, em instantâneos tomados ao sabor do momento, temos João Paulo, Sandra, Carla e Nuno. Todos fundamentais, hospitaleiros, inteligentes e alegres. Sim, porque para agüentar a doce "zoação" do pessoal há que ter, sempre, um imenso bom humor (aliás, imenso é palavra indispensável e das mais usadas no falar corrente dos dias portugueses).
O João Paulo, por exemplo, foi flagrado acima no nosso almoço de despedida, no Tromba-Rija. Nem precisa falar que todo mundo riu ao vê-lo cercado de copos (na maioria dos outros), mas ele não deu a mínima. A Sandra, casada com o Faria, também é muito brincalhona apesar desse jeitinho um tanto etéreo, que faz lembrar uma pintura de Botticelli. A Carla, coitada, é sempre o maior alvo das brincadeiras. A arquitonta, como a Vera a chama carinhosamente, é - segundo a opinião geral - a mais notívaga do grupo inteiro. Na verdade acho que os outros ficam é com uma ponta de inveja da sua disposição permanente para divertir-se. E além de tudo a danada cozinha bem, tem muito bom gosto, mora num estúdio que é simplesmente a sua cara e é super-acolhedora quando o assunto é amizade, antiga ou nova.
O Nuno, também muito festeiro e excelente cozinheiro, é o melhor amigo da Carla. E o coração é tão grande quanto a sua alegria de viver: cobriu-me de carinho, gentileza, amizade... e bacalhau, pois jamais vou esquecer aquele que me preparou, no imemorial e charmosíssimo sobrado onde mora, um verdadeiro cenário. Ah, e além de tudo é apaixonado pelo Brasil! E pela Barbra Streisand, como eu! Nossa farra juntos teve direito a dueto em Guilty e tudo, no melhor estilo Barbra/Barry Gibb!
Há muito mais gente portuguesa dentro de mim. Não deixei amigos, trouxe-os na alma. E falo sempre com quase todo mundo. Aos poucos eles me chegam de um jeito mais forte, transformados em palavras nesse meu diário... que é de viagem mas também é de música, ritmo, cheiro, lembrança, saudade - e sobretudo de gente. Por que gente é pra brilhar, como disse um dia Caetano numa linda canção, Gente, que faço muita questão de manter à flor da lembrança.
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2 comentários:
porque é que tenho a sensação de te ter conhecido?
beijos daqui
fazia tempo que não vinha espreitar e como sempre adorei as discrições tão pessoas e tão intensas...
O Jeremias continua a fazer valer o seu nome e vai destruindo tudo o que lhe passa perto das patas... pormenor privé para não contar por aí... o Jeremias tem um testiculo preto e outro branco
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