Portuga espreguiça a vontade em pleno sol de meio-dia, olhos baços metidos no mar, para além da arrebentação onde só vê o alto-contraste do sol contra a água, brilhos muitos que pulam, diminutos canoeiros a remar no fio do horizonte, o malemolento chuá-chuá das ondas que vêm, que vão. No ritmo do dia segue para o chuveiro, olhos fechados de prazer enquanto a água faz o seu trabalho: acordar cada centímetro de músculo e pele aferventados pelo sol da caminhada, pêlos eriçados, os reflexos a abandoná-lo pela melhor oferta.
Nunca gostei mesmo de sala de bate-papo. Cruz credo, isso não. É a décadence de la décadence!... Foi só um email, mas tão simpático, altos elogios... nem sei porque respondi, na hora pensei, que bom, alguém me leu e gostou, que atenção... sim, confesso que gostei. E depois, tantos mínimos detalhes, um certo jeito para contar coisas, revelar-se de mansinho... acreditei!... Brasuca era romântica de fundos suspiros, dessas que não se usam mais. Conseguia ver brotos de flores surgirem entre os bytes. Nem no espelho percebia a meia-idade a avançar, inexorável, com manhas de gato-de-botas, entre os quilos extras e a vontade de dançar.
3 comentários:
Fico esperando a continuaçao. Beijos muito grandes
qual será o seguimento deste caso amoroso, com um oceano pelo meio?
estou curioso
achei que este poema do Lobo Antunes vinha a calhar:
"Estou aqui como se te procurasse
a fingir que nao sei onde estás
queria tanto falar-te e se falasse
dizer as coisas que não sou capaz.
(..)
***
desejo-te um ano repeleto de mísica brilhante e tudo o mais que possas imaginar :)
C.
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